O comportamento de realizar pequenos furtos, mesmo quando a pessoa é bem-sucedida financeiramente, pode ter diferentes causas e não está necessariamente relacionado à necessidade material. Geralmente, esse comportamento pode estar associado a fatores psicológicos ou psiquiátricos, e não apenas à falta de caráter ou “maldade”. Entre as principais explicações, destacam-se:
Possíveis causas do comportamento
- Transtorno de Cleptomania:
É um distúrbio do controle do impulso, classificado como um transtorno psiquiátrico, no qual a pessoa sente uma necessidade incontrolável de furtar objetos, geralmente de pouco valor ou até sem utilidade para ela. Após o ato, é comum sentir alívio ou prazer momentâneo, seguido de culpa ou vergonha. - Transtornos de personalidade:
Algumas condições, como transtorno de personalidade antissocial ou borderline, podem levar a comportamentos impulsivos, incluindo furtos, sem que haja uma razão material ou emocional clara. - Problemas emocionais ou estresse:
Pessoas sob grande tensão, ansiedade ou depressão podem apresentar comportamentos impulsivos, como uma forma inconsciente de aliviar emoções reprimidas. - Busca por adrenalina:
Algumas pessoas sentem prazer na sensação de risco ou no desafio de “quebrar regras”, usando o furto como forma de obter excitação momentânea. - Fatores neurológicos:
Em casos mais raros, lesões ou disfunções cerebrais que afetam áreas relacionadas ao controle de impulsos podem levar a esse tipo de comportamento.
É uma doença ou desvio de personalidade?
- Cleptomania é considerada uma doença psiquiátrica (transtorno do controle do impulso) e não apenas um problema de caráter.
- Quando não há diagnóstico de cleptomania, mas sim padrões persistentes de violar normas sociais, pode ser parte de um transtorno de personalidade, que também é uma condição de saúde mental.
Existe tratamento?
Sim, existem abordagens terapêuticas eficazes, que podem ajudar a reduzir ou eliminar o comportamento:
- Psicoterapia:
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a mais utilizada, ajudando a pessoa a identificar gatilhos, controlar impulsos e substituir comportamentos prejudiciais. - Medicação:
Em alguns casos, psiquiatras podem prescrever medicamentos (como antidepressivos ou estabilizadores de humor) para auxiliar no controle dos impulsos. - Grupos de apoio:
Trocar experiências com outras pessoas que enfrentam o mesmo problema pode ser útil para manter o controle e reduzir recaídas.
Conclusão:
O ato de furtar sem necessidade, especialmente por uma pessoa bem-sucedida, costuma ser mais um sintoma psicológico ou psiquiátrico do que um simples “defeito moral”.
O tratamento é possível, mas exige diagnóstico profissional, acompanhamento psicológico e, em alguns casos, uso de medicamentos. A ajuda de um psiquiatra ou psicólogo especializado em controle de impulsos é fundamental para reverter o quadro.